... o meu diário, tendo a noção que poderá ser lido por outras pessoas para além de mim ... (na infância os meus irmão faziam isso por vocês...)
... e com a inocência que não será lido por mais ninguém... só eu...
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
... com que olhos eu vi a paixão ...
Descobrir que o motivo principal pelo qual me apaixono... não a parte da atracção e desejo, não a parte da cumplicidade imediata e daquele iman que sempre me fez ir atrás de algo que eu achava que era mais forte do que eu.
Segurança? Sim, mas muito além da segurança material. Sensação de segurança! Alguém com personalidade, com sentido de humor e com aquele porte inconsciente de que me iria proteger caso alguém me fizesse mal. Sim! A famosa personagem parental, que é verdade.
Em criança tantos momentos vivi onde só me apetecia gritar "- PAI!" para me sentir protegida, e que ele viria do nada e me iria segurar, agarrar e com aquela voz grossa e firme onde só dá para sentir o seu amor por mim perguntaria "- Quem te fez mal minha filha?"
Essa carência que transportamos durante toda a nossa vida... essa carência fica cá dentro eternamente... e todas as oportunidades que temos parece que de alguma forma desperdiçamos pois não estamos em contacto com o realmente nos faz ter mais inclinação para uma ou outra coisa.
Quando olhamos para alguém que por vários motivos está neste momento na nossa vida... é pelos olhos daquela criança que ainda está a chamar pelo pai, à espera que ele apareça e a salve de situações em que às vezes ela equaciona se foi culpa dela...
... Não estamos à espera do cavaleiro num cavalo branco mas sim do verdadeiro Pai... e de todo o seu amor...
Admitir isso é admitir essa dor dentro de mim... que é verdade...
... descobrir que procuro alguém que eu acho que me vai proteger, que me vai compreender, que vai ser meu amigo, e que o seu abraço transmita a sensação de que sou a pessoa mais importante do mundo... que ele vai estar lá para mim...
... isso não existe... por isso é que o nosso Pai "falhou", não esteve lá em todos esses momentos de grande "desprotecção", não percebeu que estavamos magoadas, feridas, à procura daquela palavra que enquadrasse tudo o que estava a acontecer connosco e desse o seu conselho... sábio...
Questão: Porque é que isso não existe?
Porque o nosso Pai... é humano. Sim é humano, e acima de tudo é só UM! Quantas crianças desprotegidas existem dentro de nós... milhares.... SIM... MILHARES! Um Pai de cá de baixo não dá conta de tanto colinho e palavras de reconforto e responsabilidade... é preciso algo maior, mais forte...
... que faça enquadrar tudo, e que vá apaziguando todas essas dores... para que os olhos que observam aquela pessoa que está à nossa frente... sejam os meus olhos...
... sejam os olhos da minha Alma...
... Eu ...
13 Outubro 09... casota
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