sábado, 31 de outubro de 2009

Assumir Responsabilidades





Pois é, cada dia que passa mais perto estou de assumir mais responsabilidades. Sim, é verdade tenho medo.

Olho para o meu passado e apercebo-me que um dos vários motivos pelos quais não comecei a trabalhar mais cedo era pelo medo de assumir responsabilidades... parece uma contradição mas não é.

Era como se o medo fosse tão grande que nem começava... nem tentava... e acomodava-me a vida que ia levando pois criar algo de novo, não acontecia...

Compreendo os meus irmãos pois sinto o que eles sentem e não vale a pena gritar e gritar para que eles sejam isto ou aquilo... nem eles sabem quem são...

Agora estou a entrar numa outra fase de responsabilização da minha vida... já senti que tenho que assumir mais de metade da prestação da casa. Os meus pais.... os meus pais estão sempre a fazer alguma coisa por nós... sempre! Não dá para descrever o que eles fazem e tentam fazer baseados nas suas convicções para nos ajudar...

Neste momento pagam-me as portagens, tudo que é relacionado com a burocracia do carro (Novo) e a casa.

Cada vez mais chega a hora de me ir tornando mais independente um bocadinho... para mim é assustador e ao mesmo tempo anseio verdadeiramente...

Gostava de poder dar aos meus pais... verdadeiramente...

Sinto que a vida cuidará de mim, e sinto essa necessidade de dar mais um passinho...

Esta sou eu também...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

... com que olhos eu vi a paixão ...





Descobrir que o motivo principal pelo qual me apaixono... não a parte da atracção e desejo, não a parte da cumplicidade imediata e daquele iman que sempre me fez ir atrás de algo que eu achava que era mais forte do que eu.

Segurança? Sim, mas muito além da segurança material. Sensação de segurança! Alguém com personalidade, com sentido de humor e com aquele porte inconsciente de que me iria proteger caso alguém me fizesse mal. Sim! A famosa personagem parental, que é verdade.

Em criança tantos momentos vivi onde só me apetecia gritar "- PAI!" para me sentir protegida, e que ele viria do nada e me iria segurar, agarrar e com aquela voz grossa e firme onde só dá para sentir o seu amor por mim perguntaria "- Quem te fez mal minha filha?"

Essa carência que transportamos durante toda a nossa vida... essa carência fica cá dentro eternamente... e todas as oportunidades que temos parece que de alguma forma desperdiçamos pois não estamos em contacto com o realmente nos faz ter mais inclinação para uma ou outra coisa.

Quando olhamos para alguém que por vários motivos está neste momento na nossa vida... é pelos olhos daquela criança que ainda está a chamar pelo pai, à espera que ele apareça e a salve de situações em que às vezes ela equaciona se foi culpa dela...

... Não estamos à espera do cavaleiro num cavalo branco mas sim do verdadeiro Pai... e de todo o seu amor...

Admitir isso é admitir essa dor dentro de mim... que é verdade...

... descobrir que procuro alguém que eu acho que me vai proteger, que me vai compreender, que vai ser meu amigo, e que o seu abraço transmita a sensação de que sou a pessoa mais importante do mundo... que ele vai estar lá para mim...

... isso não existe... por isso é que o nosso Pai "falhou", não esteve lá em todos esses momentos de grande "desprotecção", não percebeu que estavamos magoadas, feridas, à procura daquela palavra que enquadrasse tudo o que estava a acontecer connosco e desse o seu conselho... sábio...

Questão: Porque é que isso não existe?

Porque o nosso Pai... é humano. Sim é humano, e acima de tudo é só UM! Quantas crianças desprotegidas existem dentro de nós... milhares.... SIM... MILHARES! Um Pai de cá de baixo não dá conta de tanto colinho e palavras de reconforto e responsabilidade... é preciso algo maior, mais forte...

... que faça enquadrar tudo, e que vá apaziguando todas essas dores... para que os olhos que observam aquela pessoa que está à nossa frente... sejam os meus olhos...

... sejam os olhos da minha Alma...


... Eu ...


13 Outubro 09... casota

domingo, 11 de outubro de 2009

... não percebo ... o que será que aconteceu...




"-Não percebo! Porque é que ele está a agir assim, o que aconteceu?..." tenta ela perceber para não ir de encontro à dor que sente no peito.

"-Sou eu outra vez, já disse ou fiz algo de errado, será que pareço uma cola, para tar a levar com este tratamento de gelo..." tenta novamente arranjar uma explicação quando todos nós sabemos... não há explicação possível...

A dor que todos já sentimos e tentamos abafar de alguma forma, já vem desde a infância quando as nossas amigas preferiram outras coleguinhas para brincar e deixaram de "gostar de nós".

A dor que se sente como um ínicio de ataque cardíaco, que invade o peito de tal forma que até o respirar é doloroso... sim! é assim que ela se sente... mais uma vez...

Sem perceber o que se passa entrega-se ao choro, para que a dor lentamente diminuia e que as imagens que são desde sempre, comecem a ficar mais claras e por fim desapareçam suavemente... ficando um pouco mais pacíficada interiormente...

Desde sempre, desde sempre, desde que se lembra... ela já cá estava... e de vez em quando é reanimada do nada... vai dos 0 aos 100 em menos de um segundo... sim aquela dor que passamos a vida a tentar abafar e que a vida não deixa e faz questão de nos mostrar o quanto nos enganamos.

O problema não é ele, não foi o outro e não será o próximo... o problema é ela...

Qual é o único ponto comum em todas as histórias que ela conta às amigas... dificil?... ela!

Não consegue colocar-se em causa e tentar investigar, rever o que se passa com ela para ter tanta necessidade daquela atenção... o que é que lhe falta? onde poderá buscar isso? o porquê dessa obcessão? onde começou? o que é que ela quer tapar com essa atenção dele? a quem é que ela tenta enganar?...

No entanto se ouvirmos as conversas dela:
"- Ele disse até amanhã de uma forma especial... parecia mágico... Ai..."

Só apetece dizer ACORDA!!! Ele falou normal, e disse "Até amanhã" pois já não queria estar mais HOJE contigo... será que dá para perceber ou só com desenhos...

Algumas vezes parece que é só com porrada, pois é tal a resistência que só uma bofetada a faz voltar para a realidade.

Acham que ela aprendeu alguma coisa? Talvez sim, talvez não... mas só para ter a certeza é só ouvir novamente a conversa com as amigas...

"-Agora é que vai ser. Este é diferente! É tão fofo, ele tocou-me na mão e quando eu tive medo ele estava lá... E o sorriso, já falei dele? Não? E as mãos... tão lindas, esculpidas de forma perfeita... e os braços? Tão fortes... vão agarrar-me e segurar tão firmemente... até faltar o ar!!!! Aí, acho que estou apaixonada"

I rest my case...

... Eu ...


11 Outubro 09 ... casota