segunda-feira, 28 de setembro de 2009

... o que nos define como ... papeis ao vento...



... o que nos define como ... eu... ?


... se começar a pensar seriamente nisso, todas as características que eu arranjo para me definir não surgiram de mim ... foram-me atribuídas a dada altura da minha vida por alguém...


... agora devem estar a pensar "Não e tal, eu? eu sou... inteligente ou burro ou politicamente correcto é não tão favorecido cognitivamente." Certo?... Errado... eu não me atribuí essa definição. Alguém me colocou um post-it algures na minha energia, na minha pessoa e eu, a partir desse momento passei a ser... inteligente ou burro ou politicamente correcto... não tão favorecido cognitivamente...


... eu sou... boa trabalhora... sou? regulo-me por que padrões? quem é que me definiu a primeira vez como boa trabalhadora? e se sou boa, então alguém é má, certo? então eu já entrei em alguma tabela de bons ou maus trabalhadores... mais um post-it...


... eu sou... a filha da minha mãe, do meu pai... irmã dos meus irmãos... sobrinha dos meus tios e tias.. neta dos meus avós... amiga dos meus amigos... aqui já vão mais 7 post-its... e se a família for cigana... ui ui... já vai mais um bloco colado...





... agora vem a parte melhor... (é o que eu estou a vivenciar... a sentir... pelo menos a tentar...) tirando todos este post-its que nós deixamos colar... o que fica?..

... Alguém sabe? Does anybody know? Who?...


... Pois é será que queremos ficar no vazio... sentir a tristeza que a nossa alma sente por ter estado tanta coisa colada em cima dela que quase não dava para respirar... que DOR!


... Esta primeira DOR continua pois depois do abafo vem a parte de arrancar todos os post-its... todos os títulos que temos associados à nossa pessoa... que nos define... só perante os OUTROS... que não descreve minimamente quem somos... quem é o EU... o Eu não pode ser definido... só pode ser sentido... talvez a parte mais dolorosa seja que, SÓ NÓS é que o vamos sentir... e a caminhada solitária começa verdadeiramente ...


... pensava que ir morar para longe dos pais é que era... que ir sozinha ao médico é que era...

... que morar sozinha é que era... longe da família, dos amigos, de tudo o que já conhecia é que era... e... Não era...


... a longa caminhada é aquela que sentimos que temos que fazer e vamos fazê-la... e mais! ninguém nos vai apoiar... a não ser a nossa alma... a calma e tranquilidade... com a convicção absoluta de que é o melhor para MIM... e aí já nem os post-its que entretanto deslocamos e que ainda pairam ao vento conseguirão arranjar sitio... serão só isso... papeis ao vento...


... Eu ...


29 setembro 09... casota...

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